10 de fevereiro de 2012

"Sabe o que me cansa?
São essas suas palavras que eu tenho que arrancar do meio da tua garganta, criança!
Que eu tenho que trazer de dentro do teu peito, perfeito!
Sabe o que me mata?
São os teus olhos de vidraça, fosca, embaçada à jato de areia
De onde não mina uma lágrima.
Teu olho turmalina pedra muito negra,
Como esse tal amor por mim.
Sabe, eu odeio, odeio adorar teu jeito simples de viver
Ver você sorrindo assim loucamente, quando estou aqui presente
Sentir as tuas pernas trêmulas depois do prazer satisfeito.
E é por isso que eu não aceito,eu não aceito não,
Ver você assim retrocedendo
Abrindo mão dos sonhos, fantasias
Por essa covarde, covardia
Muito menos pagando o preço dos nossos pecados
Nem se fosse dez centavos...
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Não veio..."

Isabella Taviani

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