Hoje faz dois meses.
Oito fins de semana, incluindo feriados e datas importantes pra mim, como o meu aniversário.
São basicamente sessenta dias ou mil quatrocentas e quarenta horas.
Quando a gente coloca nos "termos" o que realmente são dois meses, é tempo pra caramba!
Um tempo que pode significar muita felicidade ou muita tristeza, ou os dois. Tempo que um namoro pode durar, ou que uma noite de amor se transforma em uma vida de dois centímetros. Tempo que a Terra gira em torno de si mesma sessenta vezes. O tempo necessário para duas luas cheias. O tempo em que sei lá... Muita coisa pode acontecer. Ou não. Será que dá pra cruzar o atlântico em dois meses?
O tempo existe? Calendários e horas são tão burros! Nos impõe o tempo como números, horas e dias. Mas tem como "medir" de outra forma? Meu coração bateu algumas vezes quase parando, e outras como se fosse explodir. Será que isso significa a passagem do tempo?
Dias que demoraram a passar, noites em que chorei de saudade. Dias de sol e de chuva que eu quis morrer, outros que eu quis viver mais que nunca!
Mas acima de tudo, o tempo em que eu precisei cuidar apenas de mim. E posso dizer, como isso é difícil. Logo pra mim, que sempre cuidei de outro como a minha própria vida. Me dediquei a outro como a mim mesma. Ou melhor. Como "deveria" a mim mesma, e nunca fiz antes destes dois "rápidos longos" meses. Tempo em que eu não tenho pra quem olhar além do espelho.
Triste? Feliz? Não sei.
Penso apenas que se chama "Vida".
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever" -Clarice Lispector
29 de fevereiro de 2012
27 de fevereiro de 2012
Me disseram que você está diferente. Que está bem!
E eu fiquei muito feliz por isso, e muito irritada também com o resto do que me contaram.
Eu não sei direito o que eu sinto... Sei que ultimamente eu vejo os erros muito nítidos, e me preocupo tanto.
Tenho medo de ter feito as coisas de maneira apressada demais, e ter perdido o melhor da festa.
Eu não sei o que ta acontecendo. É normal ter medo? E nem saber do que?
É normal ter vontade de voltar no tempo, e arrumar as coisas?
Me disseram : - Ele não te ama, acorda!
E eu disse: - Não posso, por que dói e eu não sei se consigo suportar.
Você é meu maior fracasso. Meu primeiro grande fracasso. E eu não sei se consigo lidar com isso.
Eu fracassei todas as vezes que quis te mudar e não consegui. Fracassei ainda mais por achar que eu poderia.
Fracassei achando que longe de mim, você se perderia. E não. Você está melhor que nunca.
Eu fracassei quando não soube lidar com seu jeito, suas músicas, seus amigos.
Fracassei quando não conseguia pensar no agora e me preocupei em que bairro seria nossa casa.
Tudo era tão certo pra mim. Eu tinha tanta, tanta certeza de que meu futuro ao seu lado seria exatamente como eu sempre achei. Como eu posso aceitar que não vai ser nada daquilo que planejei?
Eu tinha muita segurança, e sempre pensei "Se alguma coisa sair da linha, eu arrumo, seguro toda a barra sozinha se for preciso, dou um jeito, mas vai ser exatamente como eu espero"
Engano.
E agora? O que eu faço? Aceitar um fracasso é mais difícil do que eu imaginei quando me diziam: "Relaxa, você não precisa dar conta de tudo".
Minha vida girava em torno desses meus planos e sonhos tão "reais" na minha imaginação.
Não se tem controle da vida.
Meu maior fracasso deveria ser minha maior lição, se não fosse minha maior dor.
E eu fiquei muito feliz por isso, e muito irritada também com o resto do que me contaram.
Eu não sei direito o que eu sinto... Sei que ultimamente eu vejo os erros muito nítidos, e me preocupo tanto.
Tenho medo de ter feito as coisas de maneira apressada demais, e ter perdido o melhor da festa.
Eu não sei o que ta acontecendo. É normal ter medo? E nem saber do que?
É normal ter vontade de voltar no tempo, e arrumar as coisas?
Me disseram : - Ele não te ama, acorda!
E eu disse: - Não posso, por que dói e eu não sei se consigo suportar.
Você é meu maior fracasso. Meu primeiro grande fracasso. E eu não sei se consigo lidar com isso.
Eu fracassei todas as vezes que quis te mudar e não consegui. Fracassei ainda mais por achar que eu poderia.
Fracassei achando que longe de mim, você se perderia. E não. Você está melhor que nunca.
Eu fracassei quando não soube lidar com seu jeito, suas músicas, seus amigos.
Fracassei quando não conseguia pensar no agora e me preocupei em que bairro seria nossa casa.
Tudo era tão certo pra mim. Eu tinha tanta, tanta certeza de que meu futuro ao seu lado seria exatamente como eu sempre achei. Como eu posso aceitar que não vai ser nada daquilo que planejei?
Eu tinha muita segurança, e sempre pensei "Se alguma coisa sair da linha, eu arrumo, seguro toda a barra sozinha se for preciso, dou um jeito, mas vai ser exatamente como eu espero"
Engano.
E agora? O que eu faço? Aceitar um fracasso é mais difícil do que eu imaginei quando me diziam: "Relaxa, você não precisa dar conta de tudo".
Minha vida girava em torno desses meus planos e sonhos tão "reais" na minha imaginação.
Não se tem controle da vida.
Meu maior fracasso deveria ser minha maior lição, se não fosse minha maior dor.
21 de fevereiro de 2012
“Se você estiver ocupado demais para me ligar, eu vou entender. Se você não tiver tempo para me mandar mensagens, eu vou entender. Se você tiver fazendo algo mais importante e não puder me ver, eu vou entender. Se você fingir que não está nem ai pros meus sentimentos e continuar me ignorando, eu vou entender. Se você continuar desperdiçando seu tempo de vida com coisas fúteis, eu vou entender. Mas se eu parar de te procurar, aí é a sua vez de me entender.”
— Tati Bernardi
— Tati Bernardi
20 de fevereiro de 2012
"Escuta, de uma vez, eu poderia dizer que voltamos à estaca zero, mas esta foi cravada no dia que a gente se encontrou. Depois de tirar um pouco os pés do chão, caímos juntos e abraçados num poço escuro e vazio e sem fim. Agora estamos no negativo, a gente simplesmente deve algo um pro outro. E nem vem, não adianta, quem ama o difícil, muito fácil lhe parece. Sei da sua indolência, mas quero tentar mesmo assim, porque já não dá mais pra passar um dia sem que minha história conte um pouco da sua. Cada vez que eu for até sua boca, é um degrau de subida, a gente já foi fundo, fundo demais, não há mais como cair. De agora em diante, o maior risco que a gente corre é ser feliz." -GN
Alguma coisa.
Quando você deixou de me amar, segui o conselho dos meus amigos e comprei um iPhone. Entre canções do Beck, Jeff Buckley e trilhas sonoras dos filmes que esqueci de ver contigo, procuro incessantemente por um aplicativo que faça o tempo voltar. Eu não preciso de uma porcaria dessas, tudo que preciso é do seu abraço e do seu cheiro de banho tomado caminhando de meias rosas sobre o parquê do corredor gelado. Merda, te amo ainda
Garota, sabe, tenho uma saudade do cheiro da sua pele, tanta, que às vezes me dá uma vontade ridícula de chorar. Não só pelas vezes que minha memória olfática retroativa seu perfume de talco e amêndoas. Mas porque me vem uma certeza que eu ainda tinha mais pra amar, muita coisa pra admirar, outros pontos epidérmicos pra jamais esquecer. Você tinha alguma coisa, um segredo, uma receita que as outras não têm, não sei
Você tinha alguma coisa, seus trejeitos e movimentos significavam algo. Eu queria ressuscitar o ontem e acordar no meio de um daqueles nossos erros. Eu não te negaria nenhum beijo, nenhuma conversa de pé na cozinha, nenhuma oportunidade de mudar esse meu mundo sujo que se revela a cada noite fria e solitária, nenhuma chance de desvendar essa sua alguma coisa. Como faz esse seu novo amigo - quase namorado, já sei, mas não se incomode, não mereço explicação
Não vou perder meu tempo te prometendo coisas novas, prefiro começar cumprindo as que fiz a mim mesmo e parar de comer tantas besteiras. Mas, no auge do meu altruísmo, espero que essa nova pessoa esteja agora mesmo de cotovelos para seus encantos, aquela sua alguma coisa que você tinha e eu nunca soube identificar, mas até hoje impede de me apaixonar por outro alguém.
-Gabito Nunes.
Garota, sabe, tenho uma saudade do cheiro da sua pele, tanta, que às vezes me dá uma vontade ridícula de chorar. Não só pelas vezes que minha memória olfática retroativa seu perfume de talco e amêndoas. Mas porque me vem uma certeza que eu ainda tinha mais pra amar, muita coisa pra admirar, outros pontos epidérmicos pra jamais esquecer. Você tinha alguma coisa, um segredo, uma receita que as outras não têm, não sei
Você tinha alguma coisa, seus trejeitos e movimentos significavam algo. Eu queria ressuscitar o ontem e acordar no meio de um daqueles nossos erros. Eu não te negaria nenhum beijo, nenhuma conversa de pé na cozinha, nenhuma oportunidade de mudar esse meu mundo sujo que se revela a cada noite fria e solitária, nenhuma chance de desvendar essa sua alguma coisa. Como faz esse seu novo amigo - quase namorado, já sei, mas não se incomode, não mereço explicação
Não vou perder meu tempo te prometendo coisas novas, prefiro começar cumprindo as que fiz a mim mesmo e parar de comer tantas besteiras. Mas, no auge do meu altruísmo, espero que essa nova pessoa esteja agora mesmo de cotovelos para seus encantos, aquela sua alguma coisa que você tinha e eu nunca soube identificar, mas até hoje impede de me apaixonar por outro alguém.
-Gabito Nunes.
19 de fevereiro de 2012
Não é ciumes. É uma espécie de raiva, de decepção. É como se sentir traída.
Você achava que era especial e principalmente a ÚNICA exceção a regra dele. Mas ai você lê uma coisinha aqui, outra ali, saca umas mentiras acolá. E pega o olhar torto, meio com medo, meio com dúvida.
Bingo! Tem outra né?!
Vem cá, me poupe das suas mentirinhas ok? Comigo não mais, arruma outra para o papel de disponível e de "amor" da sua vida. To pulando fora do seu barco.
Você achava que era especial e principalmente a ÚNICA exceção a regra dele. Mas ai você lê uma coisinha aqui, outra ali, saca umas mentiras acolá. E pega o olhar torto, meio com medo, meio com dúvida.
Bingo! Tem outra né?!
Vem cá, me poupe das suas mentirinhas ok? Comigo não mais, arruma outra para o papel de disponível e de "amor" da sua vida. To pulando fora do seu barco.
16 de fevereiro de 2012
Faz tempo que eu não escrevo com raiva.
Não, não faz, mas eu nunca postei. Sempre apaguei na metade meus textos, mas sinceramente, eu to com tanta vontade de mandar você se foder e sumir da minha vida, que eu não vou apagar.
Faz um favor? CHEGA DE MENTIR.
Para. Você não cansa desse joguinho ridículo? Cresce um pouco. Acorda, olha em volta.
Não, faz assim, continua nessa sua vidinha de merda, mas some da minha frente. Me deixa em paz. Por que por mais que eu ainda imagine que você possa ser melhor, já deu pra perceber que você não vai. Então continua nessa... Mas me tira fora disso.
Ah, me faz outro favor também? Lava a boca pra falar meu nome.
Nunca mais pense em dizer ou demonstrar qualquer gesto de amor ou carinho por mim.
Com todo o meu desprezo e ódio por você.
Grata.
Não, não faz, mas eu nunca postei. Sempre apaguei na metade meus textos, mas sinceramente, eu to com tanta vontade de mandar você se foder e sumir da minha vida, que eu não vou apagar.
Faz um favor? CHEGA DE MENTIR.
Para. Você não cansa desse joguinho ridículo? Cresce um pouco. Acorda, olha em volta.
Não, faz assim, continua nessa sua vidinha de merda, mas some da minha frente. Me deixa em paz. Por que por mais que eu ainda imagine que você possa ser melhor, já deu pra perceber que você não vai. Então continua nessa... Mas me tira fora disso.
Ah, me faz outro favor também? Lava a boca pra falar meu nome.
Nunca mais pense em dizer ou demonstrar qualquer gesto de amor ou carinho por mim.
Com todo o meu desprezo e ódio por você.
Grata.
É que eu te queria/quero tanto aqui.
"Eu tava só, sozinho. Mais solitário que um paulistano..." -Zeca Baleiro
Hoje eu me senti só. Ok, você vai pensar "Desculpa, mas pelos seus textos, você sempre se sente sozinha".
Tá, talvez você tenha um pouco de razão, mas me senti só de um jeito diferente.
Hoje me vi cheia de novidades, querendo dividir muitas coisas com alguém, querendo contar sobre a Antropologia e sobre o etnocentrismo. Hoje eu quis sentar com alguém numa calçada, num banco, no carro, na sala, na cama, e contar sobre tudo o que eu estou aprendendo, e sobre tudo o que eu tenho visto de tão inteligente na psicologia, e na minha vida nova. Vida nova que não inclui alguém que eu amo e gostaria que estivesse presente.
Eu sei que eu posso contar essas "coisas novas" pra outras pessoas, e que talvez pra quem eu queria/quero nem seja interessante, mas é diferente quando alguém participa da sua decisão e escolha e da sua expectativa para o futuro, mas não tá ali pra saber como está sendo.
Foi por isso que eu me senti sozinha de um jeito diferente. Por que esse alguém está distante.
Faz falta, a gente sabe que faz. Para alguns, com o tempo e acontecimentos rotineiros, diminuem, para outros aumentam. Sei lá, eu sei que o tempo é o melhor remédio para "tocar a bola pra frente". Mas hoje olho o tempo como um inimigo terrível. Esse tal de "tempo" nunca funcionou pra mim, assim como o passar dele, que hoje leva quem eu gostaria que estivesse aqui, embora.
Não tem dor nisso, não é terrivelmente triste e desastroso não dividir coisas sobre mim com alguém que gostaria, oras, nem sempre as pessoas estarão disponíveis e presentes na minha vida para gastar o tempo falando sobre minhas aulas de antropologia e debater sobre o "homem". Eu sei disso.
Mas é que hoje eu queria/quero TANTO você aqui pra me ouvir falar que nem uma gralha e não entender um terço, nem achar fascinante como eu acho... e depois de toda a paciência no mundo me falar "Nossa, que legal isso né? Mas agora chega, deita no meu peito um pouco e me beija".
Hoje eu me senti só. Ok, você vai pensar "Desculpa, mas pelos seus textos, você sempre se sente sozinha".
Tá, talvez você tenha um pouco de razão, mas me senti só de um jeito diferente.
Hoje me vi cheia de novidades, querendo dividir muitas coisas com alguém, querendo contar sobre a Antropologia e sobre o etnocentrismo. Hoje eu quis sentar com alguém numa calçada, num banco, no carro, na sala, na cama, e contar sobre tudo o que eu estou aprendendo, e sobre tudo o que eu tenho visto de tão inteligente na psicologia, e na minha vida nova. Vida nova que não inclui alguém que eu amo e gostaria que estivesse presente.
Eu sei que eu posso contar essas "coisas novas" pra outras pessoas, e que talvez pra quem eu queria/quero nem seja interessante, mas é diferente quando alguém participa da sua decisão e escolha e da sua expectativa para o futuro, mas não tá ali pra saber como está sendo.
Foi por isso que eu me senti sozinha de um jeito diferente. Por que esse alguém está distante.
Faz falta, a gente sabe que faz. Para alguns, com o tempo e acontecimentos rotineiros, diminuem, para outros aumentam. Sei lá, eu sei que o tempo é o melhor remédio para "tocar a bola pra frente". Mas hoje olho o tempo como um inimigo terrível. Esse tal de "tempo" nunca funcionou pra mim, assim como o passar dele, que hoje leva quem eu gostaria que estivesse aqui, embora.
Não tem dor nisso, não é terrivelmente triste e desastroso não dividir coisas sobre mim com alguém que gostaria, oras, nem sempre as pessoas estarão disponíveis e presentes na minha vida para gastar o tempo falando sobre minhas aulas de antropologia e debater sobre o "homem". Eu sei disso.
Mas é que hoje eu queria/quero TANTO você aqui pra me ouvir falar que nem uma gralha e não entender um terço, nem achar fascinante como eu acho... e depois de toda a paciência no mundo me falar "Nossa, que legal isso né? Mas agora chega, deita no meu peito um pouco e me beija".
15 de fevereiro de 2012
Agosto amargo
Eu poderia me reinventar te contando como passei meus últimos dias, mas penso que as informações seriam meio incompletas, só sei do gosto de vodca e preguiça que não levantam comigo, misturados com o perfume agressivo de outros rapazes que dormi junto desejando acordar nunca mais. Os papos chatos, os sabores de beijos secos que não se sobrepõem ao seu na minha língua, as músicas altas demais que ouço com a manifesta intenção de estourar um tímpano, e explodir dentro de mim tudo que você ainda representa.
Olha pra mim. Ando finalmente me divertindo, sendo feliz pela noite, e transcorrendo os dias como se o futuro bonito fosse o que realmente parece ser - apenas um elogio falso pra gente sentir que sonhar é tão bacana quanto viver. Embora eu ainda acorde quente e molhada de pesadelos que tenho contigo, sempre de olhos abertos e inchados, claro. Dele, eu interpreto que o amor não passa de um cachorro louco, dando voltas, correndo atrás do rabo, babando doente de raiva. Você é meu eterno agosto, rapaz. Louco e amargo.
Seu sarcasmo sempre foi o diabo da nossa comunicação, então eu ordeno: tira esse riso sórdido do rosto, não vá pensando que essas palavras jorram da minha boca como placebo pro meu desconforto. A dor é meramente ilustrativa, e psicológica também. Ninguém jamais me fez sofrer, nunca me obrigariam a isso, sempre que sofri por alguém foi porque quis, não por julgar que valessem a lágrima, cada uma delas. Se corri tanto atrás de você foi pela ideia fixa de fazer justiça com as próprias pernas.
Mas agora tá tudo bem. Aprendi que quanto mais superficialmente você costura uma relação, menos chance há de se afogar. Navegar é preciso, o negócio é não faltar nas aulas sobre como boiar em águas nem doces nem salgadas. Hoje posso dizer convicta que prefiro o clarão das aparências que a penumbra de mergulhar fundo, sem saber como respirar abaixo do chão. Agora, como boa marinheira de incontáveis viagens, finalmente sei como desatar nós.
Eu sei, tudo isso soa meio triste e solitário, mas durante todo esse tempo que você ficou ao meu lado me ensinando como ser sozinha, tudo indica que fiquei boa nisso. Essa não é minha vida mesmo, essa alegria é emprestada, esse sorriso é postiço. No meu rosto decorado com pó diluível, a maquiagem é à prova de decepção - especial pra quem vaga pela noite sem o retornável desejo de quebrar a cara. E desse corpo que ofereci pra ser só seu, também não sou mais dona, agora é quase de quem quiser.
Cara, eu só queria te ver mostrando que precisa de mim, vez que outra. Que me amasse com ênfase nas vezes que não mereci ser amada. Porque, entre me sentir inútil só pra você e me sentir inútil pro resto do mundo, optei pela diversidade. Ok, não vou mentir, tenho sentimentos de estimação por você. Mas estou deixando de alimentá-los. Um dia eles morrem
-Gabito Nunes
Olha pra mim. Ando finalmente me divertindo, sendo feliz pela noite, e transcorrendo os dias como se o futuro bonito fosse o que realmente parece ser - apenas um elogio falso pra gente sentir que sonhar é tão bacana quanto viver. Embora eu ainda acorde quente e molhada de pesadelos que tenho contigo, sempre de olhos abertos e inchados, claro. Dele, eu interpreto que o amor não passa de um cachorro louco, dando voltas, correndo atrás do rabo, babando doente de raiva. Você é meu eterno agosto, rapaz. Louco e amargo.
Seu sarcasmo sempre foi o diabo da nossa comunicação, então eu ordeno: tira esse riso sórdido do rosto, não vá pensando que essas palavras jorram da minha boca como placebo pro meu desconforto. A dor é meramente ilustrativa, e psicológica também. Ninguém jamais me fez sofrer, nunca me obrigariam a isso, sempre que sofri por alguém foi porque quis, não por julgar que valessem a lágrima, cada uma delas. Se corri tanto atrás de você foi pela ideia fixa de fazer justiça com as próprias pernas.
Mas agora tá tudo bem. Aprendi que quanto mais superficialmente você costura uma relação, menos chance há de se afogar. Navegar é preciso, o negócio é não faltar nas aulas sobre como boiar em águas nem doces nem salgadas. Hoje posso dizer convicta que prefiro o clarão das aparências que a penumbra de mergulhar fundo, sem saber como respirar abaixo do chão. Agora, como boa marinheira de incontáveis viagens, finalmente sei como desatar nós.
Eu sei, tudo isso soa meio triste e solitário, mas durante todo esse tempo que você ficou ao meu lado me ensinando como ser sozinha, tudo indica que fiquei boa nisso. Essa não é minha vida mesmo, essa alegria é emprestada, esse sorriso é postiço. No meu rosto decorado com pó diluível, a maquiagem é à prova de decepção - especial pra quem vaga pela noite sem o retornável desejo de quebrar a cara. E desse corpo que ofereci pra ser só seu, também não sou mais dona, agora é quase de quem quiser.
Cara, eu só queria te ver mostrando que precisa de mim, vez que outra. Que me amasse com ênfase nas vezes que não mereci ser amada. Porque, entre me sentir inútil só pra você e me sentir inútil pro resto do mundo, optei pela diversidade. Ok, não vou mentir, tenho sentimentos de estimação por você. Mas estou deixando de alimentá-los. Um dia eles morrem
-Gabito Nunes
14 de fevereiro de 2012
13 de fevereiro de 2012
"Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar, mas se o destino insestir em nos separar; danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas, os buzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos, sinopses, espelhos, conselhos, que se dane o evangelho e todos os orixás, serás o meu amor, serás a minha paz."
-Chico Buarque
-Chico Buarque
12 de fevereiro de 2012
"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
-Clarice Lispector
-Clarice Lispector
"Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja."
10 de fevereiro de 2012
Minhas estrelas eram para ser suas.
Eu te liguei uma manhã dessas, com meu número privado pra não correr o risco de você não atender, te acordei, e ouvi: "Alô, alô? Alô!!!" Não consegui responder... Desculpa ter te acordado? Mas eu precisava tanto ouvir sua voz. Não sei por qual motivo, mas foi quase que uma necessidade!
Hoje eu te olho de longe, bem de longe, e vejo o quanto você está vazio. Aliás, "vazio" no meu conceito, o que nem é válido ou importante, mas é triste. (Tudo o que é sem amor, é vazio pra mim, uma teoria de uma romântica incurável! Não vale a pena entender agora.) Mas sinto uma espécie de ciumes e inveja por ver você fazendo com outras pessoas, as promessas que fez pra mim, os planos que fizemos juntos...
Eu estive ao seu lado quando você não tinha as asas de hoje, te ajudei a colocar cada pena, aí você se sente pronto e então voa pra longe? Poxa, não deveria ser assim, acho que deveria existir gratidão.
Estive ao seu lado o tempo todo, segurando sua mão e te ajudando a subir cada degrau, te puxando pra cima mesmo quando sua vontade era de térreo, subsolo, o inferno! Eu te carreguei no colo tantas vezes... Te fiz com tanto custo chegar lá em cima, na cobertura, faltava tão pouco pra alcançar as estrelas... Me explica agora, por que você fugiu? Foram tantos soldados acumulados, um exercito inteiro muito bem formado, pra você abrir mão de tudo? Me deixar perder a guerra sozinha sem ao menos tentar? Eu te pedi pra lutar, pra me ajudar, disse que eu não podia mais te carregar e que eu precisava de cuidados. Você simplesmente se foi! Não olhou os cruzamentos, passou nos sinais vermelhos, seguiu a placa que eu sempre pedi pra você nem ao menos olhar, porque o caminho não era legal... Foi tão difícil todos esses anos ao seu lado, tentando ser uma pessoa melhor a cada dia, tentando fazer com que você fosse melhor... Pra pular do barco assim? Se jogar da minha cobertura? Abandonar a guerra? Eu sei, eu sei, o mar estava bravo, as nuvens estavam cobrindo as estrelas, alguns soldados perdemos pelo caminho, mas eu sabia que o vento ia acalmar e as ondas voltariam a ser marolas, eu disse que ia chover mas que no dia seguinte o céu estaria limpo, eu também te falei que os soldados eram suficientes para vencer. Você não acreditou.
E eu faço o que agora? Volto a estaca zero e te pego no colo te obrigando a vir para o meu caminho? A ver as minhas estrelas? A chegar na minha ilha? A vencer a guerra que nada mais era que NOSSA, e hoje assumi o posto? Pra que? Quem precisa de cuidados hoje sou eu, quem precisa de alguém para me ajudar a fazer as asas, sou eu! Alguém que não me deixe desanimar quando minha vontade é parar no meio caminho.
Aceitar que alguém não quer te acompanhar é tão dolorido!
Nossa história acabou sem um fim. Mal explica, cheia de promessas a serem cumpridas, planos a serem realizados...
Mas sabe o que é pior? É que se você quisesse me levar, eu iria com você, pra ver as suas estrelas, a sua ilha, não te abandonaria no meio da luta, não te deixaria perder a guerra sozinho. Era só pedir pra me levar, era só dizer que seu caminho era mais divertido que o meu! Eu iria com você pra cidade dos seus amigos, eu iria com você para as festas com musicas que eu odeio, até para os encontros de narguile que atacam minha renite... Era só pedir com carinho! Eu estaria ao seu lado.
Hoje, eu só quero que você se cuide. Que você tenha juizo e que viva bem.
Porque amor de verdade, a gente não encontra em qualquer esquina...
Hoje eu te olho de longe, bem de longe, e vejo o quanto você está vazio. Aliás, "vazio" no meu conceito, o que nem é válido ou importante, mas é triste. (Tudo o que é sem amor, é vazio pra mim, uma teoria de uma romântica incurável! Não vale a pena entender agora.) Mas sinto uma espécie de ciumes e inveja por ver você fazendo com outras pessoas, as promessas que fez pra mim, os planos que fizemos juntos...
Eu estive ao seu lado quando você não tinha as asas de hoje, te ajudei a colocar cada pena, aí você se sente pronto e então voa pra longe? Poxa, não deveria ser assim, acho que deveria existir gratidão.
Estive ao seu lado o tempo todo, segurando sua mão e te ajudando a subir cada degrau, te puxando pra cima mesmo quando sua vontade era de térreo, subsolo, o inferno! Eu te carreguei no colo tantas vezes... Te fiz com tanto custo chegar lá em cima, na cobertura, faltava tão pouco pra alcançar as estrelas... Me explica agora, por que você fugiu? Foram tantos soldados acumulados, um exercito inteiro muito bem formado, pra você abrir mão de tudo? Me deixar perder a guerra sozinha sem ao menos tentar? Eu te pedi pra lutar, pra me ajudar, disse que eu não podia mais te carregar e que eu precisava de cuidados. Você simplesmente se foi! Não olhou os cruzamentos, passou nos sinais vermelhos, seguiu a placa que eu sempre pedi pra você nem ao menos olhar, porque o caminho não era legal... Foi tão difícil todos esses anos ao seu lado, tentando ser uma pessoa melhor a cada dia, tentando fazer com que você fosse melhor... Pra pular do barco assim? Se jogar da minha cobertura? Abandonar a guerra? Eu sei, eu sei, o mar estava bravo, as nuvens estavam cobrindo as estrelas, alguns soldados perdemos pelo caminho, mas eu sabia que o vento ia acalmar e as ondas voltariam a ser marolas, eu disse que ia chover mas que no dia seguinte o céu estaria limpo, eu também te falei que os soldados eram suficientes para vencer. Você não acreditou.
E eu faço o que agora? Volto a estaca zero e te pego no colo te obrigando a vir para o meu caminho? A ver as minhas estrelas? A chegar na minha ilha? A vencer a guerra que nada mais era que NOSSA, e hoje assumi o posto? Pra que? Quem precisa de cuidados hoje sou eu, quem precisa de alguém para me ajudar a fazer as asas, sou eu! Alguém que não me deixe desanimar quando minha vontade é parar no meio caminho.
Aceitar que alguém não quer te acompanhar é tão dolorido!
Nossa história acabou sem um fim. Mal explica, cheia de promessas a serem cumpridas, planos a serem realizados...
Mas sabe o que é pior? É que se você quisesse me levar, eu iria com você, pra ver as suas estrelas, a sua ilha, não te abandonaria no meio da luta, não te deixaria perder a guerra sozinho. Era só pedir pra me levar, era só dizer que seu caminho era mais divertido que o meu! Eu iria com você pra cidade dos seus amigos, eu iria com você para as festas com musicas que eu odeio, até para os encontros de narguile que atacam minha renite... Era só pedir com carinho! Eu estaria ao seu lado.
Hoje, eu só quero que você se cuide. Que você tenha juizo e que viva bem.
Porque amor de verdade, a gente não encontra em qualquer esquina...
"Sabe o que me cansa?
São essas suas palavras que eu tenho que arrancar do meio da tua garganta, criança!
Que eu tenho que trazer de dentro do teu peito, perfeito!
Sabe o que me mata?
São os teus olhos de vidraça, fosca, embaçada à jato de areia
De onde não mina uma lágrima.
Teu olho turmalina pedra muito negra,
Como esse tal amor por mim.
Sabe, eu odeio, odeio adorar teu jeito simples de viver
Ver você sorrindo assim loucamente, quando estou aqui presente
Sentir as tuas pernas trêmulas depois do prazer satisfeito.
E é por isso que eu não aceito,eu não aceito não,
Ver você assim retrocedendo
Abrindo mão dos sonhos, fantasias
Por essa covarde, covardia
Muito menos pagando o preço dos nossos pecados
Nem se fosse dez centavos...
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Não veio..."
Isabella Taviani
São essas suas palavras que eu tenho que arrancar do meio da tua garganta, criança!
Que eu tenho que trazer de dentro do teu peito, perfeito!
Sabe o que me mata?
São os teus olhos de vidraça, fosca, embaçada à jato de areia
De onde não mina uma lágrima.
Teu olho turmalina pedra muito negra,
Como esse tal amor por mim.
Sabe, eu odeio, odeio adorar teu jeito simples de viver
Ver você sorrindo assim loucamente, quando estou aqui presente
Sentir as tuas pernas trêmulas depois do prazer satisfeito.
E é por isso que eu não aceito,eu não aceito não,
Ver você assim retrocedendo
Abrindo mão dos sonhos, fantasias
Por essa covarde, covardia
Muito menos pagando o preço dos nossos pecados
Nem se fosse dez centavos...
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Não veio..."
Isabella Taviani
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