"-Mas você tem a mim, não esquece isso.
-Não é assim, aliás, é completamente diferente e complicado, você sabe.
-Eu sei... mas você tem."
Era bem melhor quando toda a história vivia em um plano paralelo. Quando qualquer possibilidade de acontecer algo era praticamente nula. Eu gostava mais de você naquela época, aliás, eu gostava até mais de mim quando as coisas não eram de fato consumadas, quando nada passava de muita, muita admiração. Uma admiração que eu poucas vezes senti por alguém, e poucas vezes sentir ter de alguém. Um carinho enorme compartilhado, preocupação e cuidado em excesso. Mas me diz, por que quando era cedo, quando dava tempo, e eu te disse que faria qualquer loucura se você quisesse, você não me acompanhou? Me explica porque. Me explica qual é o sentido de continuar com essa bobeira hoje, se nenhum de nós pularia do barco. Se ninguém se arriscaria. Não tem mais propósito nenhum. Somos adultos e sabemos exatamente o que queremos, e não queremos uma relação assim. Um amor placebo. Aliás, somos? Somos quem? Eu sou. Eu não quero isso. E eu não querer basta. Tem que bastar. Não é tão legal ter 17 e pensar como 27. Os erros e os acertos, todos calculados. O impulso vem e vai embora, é racional cada olhar, cada palavra, cada movimento. Cada sofrimento é por permissão. E eu cansei de me permitir sofrer por você. Se não posso te ter como te quero. Não vou te ter de modo algum.
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